Com a projeção de que a taxa Selic deve fechar o ano abaixo de 9%, muitos investidores estão procurando alternativas que ofereçam maiores retornos. Entre essas opções, a renda fixa digital vem ganhando destaque. Essa classe de ativos une a popularidade dos produtos pré e pós-fixados com rentabilidades que chegam a 1,5% ao mês, ou 18% ao ano. Mas, como funciona esse investimento oferecido pelas exchanges de criptomoedas?
O que é renda fixa digital?
A renda fixa digital segue a mesma lógica da renda fixa tradicional, oferecendo uma porcentagem de rendimento positivo futuro. A principal diferença é que, enquanto os títulos tradicionais estão disponíveis em bancos e corretoras de investimentos, os ativos digitais são listados nas exchanges de criptomoedas. Essas plataformas são conhecidas por oferecer produtos alternativos que combinam a segurança da renda fixa com a inovação da tecnologia blockchain.
Como funciona a renda fixa digital?
Assim como na renda fixa tradicional, a renda fixa digital funciona como um empréstimo de médio e longo prazo para as empresas. Por exemplo, os papéis do Tesouro são baseados em títulos de dívida pública do governo federal. Já as cotas de renda fixa digital resultam da tokenização de recursos que ainda serão recebidos pelas companhias, como créditos precatórios.
Uma empresa divide o montante previsto em cotas menores, registra essas frações em sistemas de blockchain e converte o direito de recebimento a um terceiro – nesse caso, o investidor. Em troca, oferece uma rentabilidade atrativa para garantir o uso antecipado do dinheiro.
Vantagens e segurança da renda fixa digital
Os tokens de renda fixa podem ser considerados valores mobiliários, mas, segundo a CVM (Comissão de Valores Mobiliários), as emissões devem ficar abaixo de R$15 milhões por ano para cada empresa. Esses investimentos são legais e seguros, mas têm garantias limitadas, pois não contam com a proteção do Tesouro Nacional ou do FGC (Fundo Garantidor de Crédito).
Vale ressaltar que antes de investir em renda fixa digital, é essencial considerar a plataforma de oferta, a empresa emissora, o prazo de vencimento e o tipo de token. É importante que os investidores analisem o risco com base no tipo de ativo a que os tokens estão lastreados.
Como montar uma carteira com renda fixa digital?
Analistas recomendam que a carteira de investimentos ideal seja composta por três ou quatro blocos: renda fixa, variável, multimercados e alternativos. Para investidores moderados, uma composição ideal pode ser 60% de renda fixa padrão, 20% de ações, 10% de fundos multimercados e 10% de ativos alternativos, incluindo títulos de renda fixa digital, que oferecem uma combinação de estabilidade e potencial de crescimento.
Para investidores conservadores, a recomendação pode ser 70% na renda fixa padrão, 20% em multimercados, 5% em ações e 5% em ativos digitais. Com a expansão do mercado e a digitalização das operações financeiras, a renda fixa digital se apresenta como uma oportunidade promissora para diversificação e maiores retornos.
Investir em renda fixa digital é uma excelente maneira de combinar segurança e inovação, aproveitando as vantagens da tecnologia blockchain para obter retornos atrativos e previsíveis.